A política segue o poder

Quem detém o poder hoje será, inevitavelmente, procurado por adversários ou aliados, porque um precisa do outro. A política precisa do poder, e o poder se alimenta da política.

A política segue o poder

26 de maio de 2025

Daqui a pouco mais de um ano, milhões de brasileiros irão novamente às urnas para escolher seus representantes. E, como ocorre em todos os períodos pré-eleitorais, as paixões políticas afloram, as conversas ganham tons mais intensos e, infelizmente, muitos acabam misturando as opiniões políticas com suas relações pessoais.

Esta coluna propõe uma reflexão serena e necessária: a polarização política que vivemos interessa, sobretudo, aos políticos. A divisão da sociedade em grupos antagônicos facilita a manipulação e o controle social. Quando estamos divididos, somos mais facilmente conduzidos e eles sabem disso.

É preciso compreender que tudo no Brasil é política: o calçamento em frente à sua casa, o estado das estradas, a presença ou ausência de médicos no posto de saúde, o medicamento disponível ou não na farmácia pública. Tudo passa pela política e, consequentemente, pelo poder.

A política, como prática, sempre seguirá o poder. Hoje, determinada liderança ocupa a Presidência; amanhã, poderá ser outro nome, com outra bandeira, com outro discurso. Essa alternância é natural na democracia. Mas o que não pode ser natural é brigarmos com familiares, amigos e vizinhos por conta dessas alternâncias. A sua posição política deve ser respeitada, assim como a posição do outro.

Muitas vezes, o político que parece ser de um lado está conversando com o outro, porque a política é, essencialmente, uma via de mão dupla. Um cede aqui, outro cede ali. É negociação, é composição. Enquanto isso, a população, tomada pela emoção, rompe laços afetivos, constrói muros entre si, levando para o pessoal aquilo que deveria ser tratado no campo das ideias.

Por isso, reforçamos: política segue o poder. Quem detém o poder hoje será, inevitavelmente, procurado por adversários ou aliados, porque um precisa do outro. A política precisa do poder, e o poder se alimenta da política.

Como cidadãos, devemos entender que vivemos em uma democracia, onde diferentes grupos direita, esquerda, centro coexistem, dialogam e, muitas vezes, se aliam, mesmo que publicamente sustentem discursos opostos. O que não podemos é transformar posicionamentos políticos em conflitos pessoais. Isso é tóxico e improdutivo.

Mais do que nunca, precisamos valorizar o poder do voto. Ele é o verdadeiro instrumento capaz de definir quem terá o poder e, consequentemente, quem fará a política que impactará diretamente a nossa vida cotidiana seja no calçamento da rua, seja no atendimento do posto de saúde.

Que esta reflexão nos ajude a amadurecer como sociedade, a compreender a dinâmica da política e a lembrar, sempre: a política segue o poder. Mas quem escolhe quem terá esse poder somos nós.

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Por Junior Aurélio Vieira de Oliveira

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