É nesse ponto que o empresário para e pensa: Como alguém pode querer tanto… oferecendo tão pouco?
Você se contrataria?
Imagine um empresário que passou anos construindo seu negócio do zero.
Nada veio fácil. Ele começou sozinho. Era ele quem abria e fechava. Quem varria, vendia, atendia, resolvia. Passou por cima do medo, da vergonha, das dívidas e da falta de apoio. Enquanto muitos dormiam, ele seguia em pé, lutando.
E agora, depois de muito sacrifício, a empresa cresceu. Está em fase de expansão.
Mas crescer exige mais do que estrutura. Exige gente com responsabilidade, compromisso e visão.
Então ele abre vagas. Oferece oportunidade de aprendizado, crescimento, valorização.
Mas o que recebe, em grande parte, são respostas que mostram exatamente por que tanta gente não sai do lugar:
“Antes de qualquer coisa, quero saber o salário e o horário.”
“Sábado pela manhã não dá, já tenho meus compromissos.”
“Não tenho experiência, mas quero algo bom.”
“Saí falando mal da empresa anterior, porque não gostei da forma como me trataram.”
“Combinei às 7h15, cheguei às 9h. Estava frio e o carro não pegou.”
“Se eu cobrir um plantão, quanto vou ganhar a mais?”
“Prefiro um lugar sem pressão, ambiente leve, sem cobrança.”
É nesse ponto que o empresário para e pensa:
Como alguém pode querer tanto… oferecendo tão pouco?
Ele olha ao redor. Vê sua equipe. Gente que cresceu junto com ele.
Pessoas que não tinham experiência, mas tinham vontade. Que começaram com medo, mas nunca se esconderam atrás de desculpas. Que entregam. Que honram a palavra. Que chegam no horário faça frio, faça calor, com ou sem carro.
Lá dentro, todos são valorizados.
Mas do lado de fora, o que ele mais ouve é gente querendo entrar… sem estar disposta a pagar o preço.
Querem o reconhecimento, mas não o compromisso.
Querem o salário, mas não o esforço.
Querem a estrutura, mas não os bastidores.
Querem a colheita, mas nunca plantaram.
E aí está a grande ilusão de muita gente:
Achar que só querer é suficiente.
Não é.
Esse empresário, como milhares espalhados pelo Brasil, não está buscando perfeição. Está buscando postura.
Quer gente que entenda que um emprego não é um favor, é uma troca.
Pessoas com sede de crescimento, mas que saibam que crescer exige regar, sujar as mãos, errar, corrigir, insistir.
Ele não vai contratar quem chega pedindo demais e oferecendo de menos.
Quem chega atrasado e não sente nem vergonha.
Quem já entra impondo limite, mas não demonstra entrega.
Quem coloca os próprios interesses acima da missão coletiva.
Porque ele sabe:
Quem entrega, cresce. Quem reclama, estagna.
E mais: resultado para a empresa gera resultado para o colaborador.
É assim que funciona. Simples. Sem mágica.
Mas ainda tem gente que acredita que pode exigir sem merecer.
Gente que vê o empresário como vilão, sem saber o que é fechar folha com caixa apertado, sustentar uma equipe com dinheiro que nem entrou ainda, ou carregar uma carga tributária que sufoca.
Por isso, se você está em busca de uma vaga, faça um favor a si mesmo:
Se coloque no lugar deste empresário.
E se pergunte, com sinceridade:
Você contrataria alguém que chega atrasado e justifica com o frio?
Que fala mal da antiga empresa antes mesmo de falar de si?
Que coloca seus compromissos pessoais à frente da missão da empresa, mesmo desempregado?
Que exige, cobra, impõe... mas não entrega?
O mercado não é cruel. É justo.
Entrega, cresce. Reclama, trava. É assim que funciona no mundo real.
Então, da próxima vez que você for se candidatar a uma vaga, não comece perguntando o que vai ganhar.
Pergunte o que pode entregar.
Mostre postura. Chegue no horário. Cumpra o combinado. Honre a oportunidade.
Porque, no final, não é sobre o que você diz.
É sobre o que você faz.
E no mundo real, só fica quem faz.
Se você fosse o dono, com boleto na gaveta, folha pra fechar, cliente esperando e equipe pra liderar...
Você se contrataria?
Por Junior Aurélio Vieira de Oliveira
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É assim que eu penso.