Só fale se for para melhorar o silêncio
Por Junior Aurélio Vieira de Oliveira
Siga no Instagram: @jr_vieira.oficial
Vivemos tempos em que o barulho é constante. A pressa em opinar, julgar e viralizar tomou o lugar da escuta, da empatia e do bom senso. E no meio desse ruído, um fato recente ganhou proporções absurdas: uma foto da pequena Vicky Justus, de apenas 5 anos, filha do empresário Roberto Justus e da influenciadora Ana Paula Siebert, usando uma bolsa da grife Fendi, avaliada em cerca de 14 mil reais.
Bastou a imagem circular para que a internet se inflamasse. Comentários agressivos, críticas sobre desigualdade e até insultos gratuitos à criança dominaram as redes.

O pior veio de onde se espera sabedoria. Um professor aposentado da UFRJ, Marcos Dantas Loureiro, publicou nas redes sociais a seguinte frase: “Só guilhotina”, em alusão à imagem da menina com a bolsa. Um comentário violento, sem contexto e absolutamente infeliz.
A repercussão foi imediata. A Universidade Federal do Rio de Janeiro emitiu nota pública, repudiando a fala e deixando claro que o professor está aposentado desde 2022. Diante da pressão, ele se justificou dizendo que foi uma metáfora. Mas será que isso basta?
É preciso refletir: onde estamos colocando nossa energia como sociedade?
Sim, o Brasil é um país com profundas desigualdades. Mas também somos, muitas vezes, um país com mentalidade pequena, rasa e agressiva, onde o sucesso do outro é tratado como afronta.
Você já pesquisou o significado da palavra sucesso? É o resultado feliz de um esforço. É a conquista depois de muito trabalho. Mas por aqui, quem prospera vira alvo. Como se conquistar algo fosse pecado.
Está tudo invertido.
E por isso deixo essa frase para ecoar: só fale se for para melhorar o silêncio.
Isso vale nas conversas do dia a dia, nas redes sociais, na vida profissional, no ambiente escolar, dentro de casa. Se o que você vai dizer não ajuda, não inspira, não soma, então fique em silêncio. Se for apenas para zombar, julgar ou destilar veneno, cale-se. O silêncio, nesses casos, vale mais que mil palavras.
E já que falamos de palavras, é impossível não pensar na classe dos professores. São eles que inspiram nossos filhos. São eles que moldam pensamento, que tocam vidas, que formam caráter. Quando um educador usa sua voz para incitar ódio ou violência, mesmo sob a desculpa de metáfora, ele fere a credibilidade de toda uma categoria.
Ensinar não é doutrinar. Educar não é impor. Inspirar não é agredir.
Palavras têm poder. Quando bem usadas, constroem. Quando mal usadas, machucam, dividem, envergonham.
Que esse episódio nos sirva de alerta. Não para cancelamentos ou perseguições. Mas para que a gente se olhe com mais responsabilidade. Para que a gente pense antes de falar. Antes de postar. Antes de machucar.
Fale menos dos outros. Compartilhe menos polêmicas. Divulgue mais ideias que inspiram. Julgue menos. Trabalhe mais.
Quem está ocupado construindo não tem tempo para destruir. E quem tem voz tem responsabilidade.
É assim que eu penso. Essa é minha opinião. Comente aqui a sua também.

Fonte: Opinião
Autor: Junior Aurélio Vieira de Oliveira
Crédito da imagem: Junior Vieira
Repórter: Junior Vieira