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Geral

Semântica

Justiça feita, é poesia. Literatura para entender o Brasil. Leitura sem censura.

Esta semana eu vou tomar uma cana destilada. Água benta, sagrada, presença confirmada numa rodada de comemoração. A cachaça é forte como o suor da desgraça da sua origem. Suor do trabalho escravo. O Brasil não é para aprendiz, e nós, que somos brasileiros-raiz, vamos comemorar com a mais autêntica bebida brasileira. Vivemos numa sociedade, onde não há nada mais sagrado do que respeitar o combinado. O alerta de previsão que a constituição continua sendo respeitada, nesta nação, soou como um raio clareando o escuro do mundo. Segundo a revista britânica The Economist, ''O Brazil é o único adulto na sala da democracia, do sul global'' Nós que sempre fomos quintal americano, viramos o pano. Chega de filme de cow-boi. "Anda Estou Aqui."


Mesmo que só me reste essa caveira da guerra fria das ideologias, destas brigas de narrativas, que convencem o pobre, pobre que já não se reconhece, esquece sua classe, o lugar de onde nasce e de onde vem, e acha que está tudo bem ser de direita. Não, só é de direita quem explora. O explorado foi ludibriado pelas narrativas. Eu nasci deste lado e vou continuar na briga para que a direita não nos roube até a narrativa. 


A Semântica é honesta e se atem a significância. A Pragmática é sarcástica e depende do contexto, como são os políticos de ocasião, com a cara de lata num sorriso plástico, ventríloquos de um sistema de exploração, ganhando o eleitorado no grito, mito de Apate* nesta caixa de Pandora. Dentro deste contexto e estou do lado de fora. 'Sentado não tem sentido.' 


Eu lamento o Leminski ser taxado de "Poeta Maldito" enquanto que o mito é um profeta. O meu conforto é que sempre o torto fica do lado direito, característica identificatória do defeito. Grande e bendito foi Leminski que deixou escrito que "o torto também tem direito". Ainda no Brasil de hoje, me resta o conforto que o direito também é direito do torto. Sem preconceito eu aceito que a justiça se faça, para que nunca mais a força force a desgraça. O futuro é um buraco no escuro. "Não confia, confira, tudo o que respira, conspira," dizia o poeta dos muros. A salvação está do outro lado de quem julga no paredão.


Hoje não. Hoje é o dia da Utopia. Dia pra comemorar sem disfarçar que nós, os brasileiros, não vamos tolerar quem ouse desrespeitar o sagrado combinado. A justiça é o objetivo da excelência. Para quem desiste da democracia, desanistia. Se eu quisesse disfarçar iria recitar Ferreira Goulart, poeta reto, figura esguia. Jamais iria invocar Paulo Leminski. Eu só discordo que "Distraídos venceremos," por muito menos se não fosse tanto, sempre ficou na cara, neste conto do vigário semiótico, que se desmancha em ideolágrimas. Inominável Ex-tranho.


A Pragmática, a Direita da semântica, faz ginástica ao arrepio da gramática pra reforçar que farinha pô, não rima com PCC, Faria Limers... A desinformação e falta de intimidade com a gramática levam a sociedade a em direitar e amarelar. Diagnóstico de anemia social. O bacanal começou, quando um animal antissocial gritou: pela memória do torturador... terror da Dilma Rousseff. Um espelho côncavo, como se fosse a cratera de um vulcão, foi arrastando multidão, que se viu refletido e representado neste grito. O mito da ilusão. A reflexão: Se o espelho for condenado, é culpado quem se viu refletido?


*Apate: Deusa grega, personificação do engodo, dolo e fraude. É oposta a deusa Aletheia (a verdade).


 


 


 


 


 


 


 

Fonte: Paulo Leminski

Autor: Paulo Ademir Braun

Crédito da imagem: Paulo Ademir Braun

Repórter: Paulo Ademir Braun

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