• Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner
  • Banner

Geral

Ficção

A capacidade de ficcionar fez a nossa evolução. A crença na ficção é a nossa aniquilação.

Ficção


Ficção, por definição é uma narrativa inventada. Essa é a parada. A vida acontece na realidade, mas largamente manipulada pela ficção. Não, a ficção não é sinônimo de falsificação; de fraude, o oposto da realidade.  O paradoxo é que o ser humano só evoluiu porque adquiriu a capacidade de ficcionar, e a decadência se dará pela vulnerabilidade de acreditar.


Acreditar: arte de dar crédito. Algo que precisa do seu crédito, ficou em débito ou desacreditado. Para ressuscitar, só se nós acreditar. Já os bancos diferentes das religiões, 'acreditam' no que tem lastro na realidade. Mesmo que o dinheiro seja um papel com valor de ficção, eles não dão, sem garantia real. As religiões não, elas se alicersam sobre uma narrativa de ficção. Nenhuma narrativa sobre a realidade se sustenta no tempo e gera engajamento, para virar religião.


A vida é uma coisa real e seria muito dura, se ater-se-ia a estrutura pura do que existe. Foi essa capacidade de ficcionar e acreditar que fez o ser humano evoluir, e suportar o peso de existir. De tanto acreditar perderemos a capacidade de ficcionar e vamos sucumbir. Para evoluir não há como dissociar, acreditar e ficcionar.


O mundo real se amplia quando a filosofia lança mão da ficção pra orientar, divagar e apontar a direção pra vida. Na contramão, Platão - mesmo assim um grande filósofo - ensinou aos helenista que o mundo ideal, é o mundo das ideias, e não o mundo real. O mal é que Paulo era versado no helenismo e formalizou o catecismo ou a doutrina do catolicismo. O império romano se aproveitou e com essa ficção nos legou mil anos de escuridão. Não podemos condenar a ficção, mas esse acreditar vai nos condenar. Jogar para a população a obrigação de analisar, não vai funcionar. A maioria das pessoas não querem a verdade ou a realidade. Mais fácil e confortável é acreditar. Em tempos de realidade virtual a verdade só se faz real, pela plausibilidade, essa habilidade humana e anômala para a inteligência artificial.


O Brasil é um país absolutamente religioso. Um problemão. No Brasil, quem não tem religião é que é visto como anormal, em geral. Diferente da China que tem 91% das pessoas sem religião. No Japão 86%, Suécia 75% e República Tcheca 74%. No Brasil se tem mais igrejas, do que escolas e postos de saúde, somados. Sinal que abrimos mão da vida real. Triste é a constatação que a absoluta maioria das pessoas passa pela vida, ou atravessa essa inundação sem a ousadia de fazer um único exercício ficcional, uma única ideia original.  As religiões subvertem a realidade, levando as pessoas a viver universos paralelos. Quando se tem religião, se tem duas vidas paralelas. A vida real, com seus problemas reais a serem administrados. E a vida espiritual com seus problemas imaginários, sem solução. O paradoxo é que a promessa, o objetivo, o fim é a salvação.


 


 

Fonte: pesquisa

Autor: Paulo Ademir Braun

Crédito: Paulo Ademir Braun

Repórter: Paulo Ademir Braun

Mais notícias